O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 2ª Promotoria de Justiça junto à 1ª Vara Criminal de São João de Meriti, obteve, na quinta-feira (03/10), a condenação de Eliezer Miranda Joaquim, conhecido como “Criam”, a 60 anos de prisão. Ele foi condenado pelo homicídio duplamente qualificado de Adriano da Silva e pela tentativa de homicídio do policial Marcos Roberto da Silva e de Reginaldo Ferreira.
O crime aconteceu no dia 29 de janeiro de 2007, em uma birosca localizada na Rua Rio Bonito, no Jardim Alegria, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Eliezer, juntamente com outros seis traficantes, incluindo Cristiano e Luan, armados com escopetas e fuzis, decidiu executar Adriano por ele impedir a instalação de pontos de venda de drogas na região. Durante o mesmo evento criminoso, Eliezer também tentou matar o policial Marcos e Reginaldo.
O caso só foi a julgamento 17 anos depois devido a uma série de manobras da defesa de Eliezer. Durante esse período, a defesa provocou diversos adiamentos, faltou a várias sessões do tribunal e tentou, sem sucesso, solicitar a transferência do julgamento para outra comarca e suscitar a suspeição de uma magistrada.
A promotora de Justiça Denise Pieri, responsável pela acusação, obteve liminar às vésperas do julgamento, permitindo que uma testemunha, que havia sido assassinada, fosse substituída pelo inspetor de polícia que conduziu as investigações. O depoimento do inspetor foi decisivo para o sucesso da acusação.
Com isso, o Conselho de Sentença do Tribunal do Júri reconheceu a autoria de Eliezer nos crimes e considerou as qualificadoras de motivo torpe e do uso de recursos que impossibilitaram a defesa das vítimas. Eliezer era um dos líderes do tráfico de drogas nas comunidades Vila Ruth e Guarani, em São João de Meriti, e Parque Roseiral, em Belford Roxo, onde também administrava a distribuição de gás e drogas, atividades que pertenciam ao falecido Elias Pereira da Silva, conhecido como “Elias Maluco”.
Outras Condenações
Eliezer já havia sido denunciado e condenado anteriormente em outras operações conduzidas pelo MPRJ, incluindo a operação Overload, na qual foi condenado junto a figuras notórias do tráfico, como Marcinho VP e Elias Maluco. Ele também foi denunciado pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ) e condenado por tráfico de drogas, associação criminosa e participação em atividades milicianas, junto com seu irmão, Elisamar, que foi candidato a vereador por Belford Roxo.
